Qual é a diferença entre Regência Verbal e Nominal?

Conhecer a Regência Nominal e Verbal é imprescindível para ir bem nas provas de língua portuguesa dos mais diversos concursos públicos. Conheça a diferença entre Regência Verbal e Nominal!

Além disso, o estudo sobre Regência permitirá você ampliar a capacidade de expressão. Então, foco nos estudos!

>>> Tenha uma experiência diferente de aprendizado? Conheça os mais de 40 Mapas Mentais que trazem por meio de cores e imagens conceitos chaves que ajudarão na memorização dos principais assuntos de Português. >> Clique aqui << e confira!

O que é uma Regência?

Mas, o que é Regência? Bem, se reger significa reinar, guiar, governar, exercer a função de chefe, e quando o chefe demanda, alguém obedece.

Então, podemos inferir que a regência trata da relação de termos dependentes, entre os termos que serão complementados e os complementos.

Assim temos o seguinte: O termo regente demanda certo complemento, que será o termo regido.

Neste contexto da Regência, é possível conhecer os significados de um verbo e as diferenças que a mudança ou retirada de uma preposição podem provocar. Veja o exemplo a seguir:

  • O garoto assiste o desenho – significa ver, observar.
  • O garoto assiste ao avô – que dizer prestar assistência, ajudar.

Isso quer dizer que assistir alguém é diferente de assistir a alguém. A oração é totalmente diferente, com relação ao seu significado, e isso devido à preposição “a”.

Muito bem, agora que já vimos o que é regência, vamos entender melhor sobre Regência Verbal e Regência Nominal.

Regência Verbal

A regência verbal cuida da relação de dependência entre os verbos e seus complementos. Eles podem ser verbos transitivo (direto ou indiretos) ou intransitivo, conheça-os a seguir.

Verbos Transitivos Indiretos

São os verbos que exigem um complemento que se ligue a ele por meio de uma preposição obrigatória.

Exemplo: Gosto de fruta.

Perceba que: quem gosta, gosta de alguma coisa.

São exemplos de verbos transitivos indireto: necessitar, saber, acreditar, obedecer, precisar, gostar, conversar, duvidar, responder, concordar, lembrar, simpatizar…

Verbos Transitivos Diretos

Existem aqueles verbos que não pedem preposição, são os verbos transitivos diretos.

Entretanto, apesar de não pedir preposição esses verbos necessitam de complemento para dotarem a oração de sentido completo, e este complemento se dá por objetos diretos.

Exemplos de verbos transitivos diretos: amar, estimar, abençoar, louvar, parabenizar, visitar, elogiar, magoar, adorar, apreciar, detestar, odiar, admirar, ofender…

  • Verbo consistir – empregado com a preposição “em”.
  • Verbos obedecer e desobedecer – os complementos são induzidos pela preposição “a”.
  • Verbo responder – outro caso de regência com preposição “a”.
  • Verbos simpatizar e antipatizar – complemento concitado pela preposição “com”.

Os pronomes oblíquos (a, o, as, os, lo, la, los, las, no, na, nos, nas) também podem ser utilizados como complemento.

Exemplo: Eu amo meu filho. Eu amo-o.

Mas fique atento(a), pois os pronomes oblíquos lhe e lhes são considerados objetos indiretos, mas podem ser considerados objetos diretos quando sua utilização significa posse.

Exemplo: Quando adjunto adnominal: Quero acariciar-lhe o rosto. / Quero acariciar seu rosto.

Quando objeto indireto: Quero acariciar a eles.

O uso do pronome oblíquo “lhe” como objeto indireto

Outro uso que é importante conhecer para o bom desempenho nas provas de língua portuguesa de concurso trata-se do uso do pronome oblíquo “lhe” como objeto direto.

O pronome lhe substitui – a ele; a ela; a eles; a elas; para ele, para ela, nele, neles…

Sendo assim, não pode ser usado como objeto direto. Todavia, os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos podem exercer função de objeto direto ou indireto.

Exemplos: Assiste-lhe razão (sentido de pertencer o direito).
Entregou-lhe a sacola.
Conferiu-lhe os direitos necessários.

Existem alguns verbos transitivos indiretos que não aceitam “lhe” como objeto indireto como por exemplo, o verbo assistir (com sentido de ser espectador); o verbo aspirar (com sentido de almejar); o verbo proceder… Nesses casos, teremos que usar o pronome oblíquo tônico, ou seja, a ele(a)(s).

Um outro detalhe é que os pronomes o, a, os, as também podem ser objetos. Quando complementam formas verbais terminadas em -r, -s, -z, essa última letra “cai” e “entra” então um “L”. Passam então para a forma: -lo, -la, -los, -las.

Veja  a seguir alguns exemplos:

  • revisar+ eles = revisá-los
  • refazer + eles = refazê-los
  • fiz + ele = fi-lo

Se ocorrerem após som nasal, teremos o acréscimo de um “N”: -no, -na, -nos, -nas, veja os exemplos:

  • dão + ele = dão-no
  • põe + eles = põe-nos

Elimina-se o “s” final dos verbos na 1° pessoa do plural seguidos do pronome oblíquo nos, por exemplo:

  • Perdemos + nos na cidade = Perdemo-nos na cidade.

Qual é a diferença entre Regência Verbal e Nominal?

Verbos com exigência de objetos Diretos e Indiretos

Em resumo, os verbos que exigem tanto objetos diretos quanto indiretos são chamados verbos transitivos diretos e indiretos.

Portanto, são aqueles que exigem dois complementos, um direto e um indireto.

Exemplo: Enviei o relatório ao diretor (o = artigo; ao = preposição).

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos são aqueles que não pedem nenhum complemento, geralmente por serem completos de sentido em si mesmos, por exemplo: nascer, morrer, viver.

Para deixar uma comunicação mais clara, os verbos intransitivos costumam ser acrescidos de adjuntos adverbiais.

Por exemplo, os verbos chegar e ir geralmente são acompanhados de adjunto adverbial, para isso, as preposições mais comumente utilizadas são: “a” e “para”.

Exemplo: Nós vamos para o bar.  Isso é equivalente a “chegamos ao“.

Tenha em mente que chegar “a” ou “em” indica meio ou tempo.

Exemplo:  Chegamos à igreja a tempo de vê-lo. (indica tempo)

                                                            Chegamos no avião das 14 horas. (meio de transporte).

Regências importantes e que admitem mais de uma possibilidade

Vamos agora, conhecer alguns exemplos de verbos que admitem mais de uma possibilidade de regência e de sentido.

  • Verbo agradar – dependendo do sentido, pode ser verbo transitivo direto ou verbo Transitivo indireto.

Exemplos: Eu agradei o meu marido. (Verbo transitivo direto; acariciar, fazer carinho.)

Eu agradei aos chefes de departamento. (Verbo transitivo indireto; preposição a; satisfazer, contentar.)

  • Verbo aspirar – também pode ter dupla regência.

Exemplos: Vou aspirar todo o pó desse quarto. (Verbo transitivo direto; significado de sugar, inspirar, sorver.)

Adoro aspirar esse seu cheiro. (Verbo transitivo direto; significado de sugar, inalar, inspirar.)

Aspiro ao cargo de escriturário desse concurso. (Verbo transitivo indireto; preposição a; significado de desejar, almejar.)

Não aspiro mais àquela vitória. (Verbo transitivo indireto; preposição a + aquela = à; significado de desejar, almejar.)

  • Verbo assistir pode ser transitivo direto, com sentido de ajudar, ou transitivo indireto, com sentido de ver, ouvir, presenciar.

Exemplos: Assisti ao jogo da Copa. (Verbo transitivo indireto; preposição a; significado de ser expectador, presenciar, observar.)

Maria assiste em outra cidade. (Verbo intransitivo; sentido arcaico de residir, morar.)

A mãe assiste o filho. (Geralmente verbo transitivo direto; significado de auxiliar, apoiar, dar assistência. Aqui também aceita a preposição “a”)

  • Verbo agradar – pode ser transitivo direto ou indireto.

Exemplos: A vó agradou o neto. (Verbo transitivo direto; significado de fazer agrado, carinho.)

Isto não agradou ao fiscal. (Verbo transitivo indireto; preposição a; sentido de ser agradável.)

  • Verbos avisar, prevenir, informar, certificar e cientificar – pedem objeto direto de coisa e indireto de pessoa, ou vice-versa.

Exemplos: Avisei-a do perigo. (Objeto direto.)

Avisei-lhe o perigo. (Objeto indireto de pessoa)

  • Verbo querer pode se apresentar como verbo transitivo direto ou indireto.

Exemplos: O treinador quer bem aos jogadores. (Verbo transitivo indireto; preposição a; significado de estimar, amar, querer bem a.)

 Alice quer tudo o que ela merece. (Verbo transitivo direto; significado de desejar, almejar posse.)

  • Verbo visar pode ter sentido de finalidade, objetivo ou pode significar assinatura ou mira.

Exemplos: Jogo visando ao prêmio. (Verbo transitivo indireto; preposição a; significado de ter como objetivo.)

Vise a prova, por favor. (Verbo transitivo direto; significado de rubricar, dar um viso.)

O atirador visou o alvo distante. (Verbo transitivo direto; significado de mirar, pontar.)

  • Verbo prescindir esse verbo basicamente significa dispensar e demanda a preposição de.

Exemplo: A questão prescinde de interpretação. (Verbo transitivo indireto; preposição de; significado de dispensar, renunciar.)

  • Verbo Custar – pode se apresentar como verbo intransitivo ou verbo transitivo indireto.

Exemplos: O livro custou quatrocentos reais. (Verbo intransitivo quando acompanhado de adjunto adverbial de preço ou valor.)

Custou ao aluno entender a matéria. (Verbo transitivo indireto; sentido de ser custoso, dar trabalho.)

  • Verbo chamar – pode se apresentar como verbo transitivo direto ou indireto.

Exemplos: Chamei-o ao escritório. (Verbo transitivo direto; sentido de pedir a presença.)

Chamava por Deus. (Verbo transitivo indireto; significado de clamar.)

Chamei-o ignorante. / Chamei-o de ignorante. (Verbo transitivo direto ou indireto; significado de apelidar, qualificar.)

Muito bem! Até aqui vimos sobre a Regência Verbal. Agora, vamos entender a Regência Nominal!

Regência Nominal

A Regência Nominal é a relação que existe entre um nome, ou seja, o adjetivo, substantivo ou advérbio e os termos que são regidos por ele.

Os nomes também podem ter transitividade e demandar um complemento preposicionado. Assim, a Regência Nominal é sempre mencionada por uma preposição.

Como saber se é Regência Nominal?

Por exemplo, quem é obediente (adjetivo), é obediente a alguma coisa ou a alguém, ou tem obediência (substantivo) a alguma coisa ou a alguém, ou quando se diz longe de alguém ou alguma coisa (advérbio).

Na Regência Nominal é preciso ficar atento à preposição correta ligada a cada nome, não há uma regra muito lógica para o uso dessas preposições e muitos verbos aceitam várias delas, com ou sem mudança de sentido.

O que é Regência Nominal, exemplo?

Não adianta apavorar, a regência é vivência e prática, não sendo possível decorar as preposições de tantos nomes, só através do reiterado contato com esses nomes é possível ir fortalecendo o entendimento sobre regências.

A seguir vejamos alguns exemplos de Regência Nominal:

  • alheio a
  • aceito a
  • bacharel em
  • baseado em
  • cessão de… a
  • cheio de
  • dever de
  • devoção a
  • seguro de
  • livre de
  • próximo de, em
  • firme em
  • imediato a
  • semelhante a
  • pródigo de, em
  • sito em
  • cuidadoso com
  • atento a, em
  • encarregado de
  • entendido em
  • gosto por
  • gostoso a
  • habilidade de, em, para
  • imbuído de, em
  • habilitado a, em, para
  • junto a, de
  • qualificado de, para, por
  • zelo a, com, de, para com, por
  • rebelde a
  • estranho a
  • teoria de, sobre
  • natural de
  • residente em
  • útil a ou para
  • compatível com
  • leal a

Conheça também nosso artigo sobre Classes de Palavras – um guia completo >> aqui <<

Além disso, recomendamos também a leitura e consulta de lista de regências verbais e nominais de uma boa gramática. Pois, como já sabemos a decoreba aqui é inviável.

Um exemplo de site que você pode consultar sua dúvida é o da Academia Brasileira de Letras, lá você consegue deixar sua dúvida e posteriormente professores especialistas irão responder.

O que aprendemos hoje…

Vimos os conceitos de Regência Verbal e Nominal, um dos temas fundamentais nos estudos da Língua Portuguesa para concursos, além de vários exemplos.

Continue firme nos seus estudos que a aprovação vem!